Diante das transformações do clima presenciadas no mundo todo, é fundamental se preparar. Mais do que projetos focados em sustentabilidade e na mitigação dos danos, é essencial trabalhar para a criação da Infraestrutura Resiliente, ou seja, projetos prontos para se adaptarem às mudanças climáticas.
O quarto dia do InfraLeaders 2024, que aconteceu em 12 de setembro em Washington D.C., trouxe um mergulho profundo nas discussões sobre infraestrutura resiliente, modelos inovadores de negócios e os desafios da regulação no Brasil. Este dia foi marcado por palestras de especialistas e estudos de caso que trouxeram excelentes insights para a transição energética e a descarbonização dos transportes. A seguir, confira a cobertura completa dos principais destaques deste evento exclusivo para líderes no setor de infraestrutura.
Novos Modelos de Negócios, Transição Energética e Descarbonização dos Transportes
O dia começou com a palestra de Alfred Hans Grunwaldt, Especialista Líder em Mudanças Climáticas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Grunwaldt destacou as novas oportunidades de negócios no setor de infraestrutura, especialmente aquelas que promovem a transição energética e a descarbonização dos transportes. O especialista mostrou por meio de gráficos como a ação dos países em relação ao nível de ações climáticas ainda é insuficiente. A sessão foi moderada por Ana Beatriz Figueiredo, Especialista Líder do BID, que trouxe ao debate questões cruciais sobre o financiamento de projetos verdes.
Felipe Ezquerra, Chefe de Transporte da Divisão de Infraestrutura e Energia do BID Invest, apresentou como a integração de tecnologias limpas pode revolucionar o setor de transportes. Já Christiaan Gischler Blanco de Ene, Especialista Líder em Energia do BID, discutiu os desafios e oportunidades da descarbonização, enfatizando a importância da cooperação entre os setores público e privado. Ana Beatriz Figueiredo também compartilhou insights valiosos sobre as Operações de Garantia Soberana para Investimento Público em Infraestrutura, destacando as lições aprendidas pelo BID em diversas iniciativas.
Infraestrutura e o setor do agronegócio
A programação seguiu com a palestra “Infraestrutura para o Agronegócio” que foi apresentada por Katerine Rios, sócia e CEO do Instituto Washington Pimentel. Em sua apresentação, Katerine trouxe algumas reflexões de como a infraestrutura pode contribuir para que o agronegócio ofereça melhores resultados para o país, tanto em termos econômicos, quanto de sustentabilidade. Em sua fala, Katherine buscou quebrar diversos paradigmas, mostrando a relevância e o impacto do agronegócio em outros setores, bem como, trouxe cases nacionais que demonstram isso. Em sua fala, ela mostrou a importância de uma boa infraestrutura para escoamento da produção, armazenamento, além de energia. Katerine também abordou a questão da infraestrutura social e a como é fundamental construí-la para geração de emprego e renda.
Discussão sobre finanças sustentáveis
Os convidados do Infraleaders puderam ouvir e apresentar comentários sobre a apresentação da equipe do BID dentro do contexto das finanças sustentáveis. Karisa Ribeiro, Coordenadora Público-Privado do Grupo BID, e Eduardo Cafe, consultor independente dos Setores de Aviação, Transporte e Rodovias Seguras, foram os moderadores da discussão. Eles destacaram a importância de que os projetos de infraestrutura estejam alinhados com a questão climática e que estes projetos, desde seu início, devem priorizar a sustentabilidade..
Sessão “A Hora do Brasil”, por FESPSP/B3: Reflexões sobre Gestão e Regulação de Contratos de Infraestrutura no Brasil
Uma das sessões mais aguardadas do dia foi a “Hora do Brasil”, promovida pela FESPSP e B3. Esta sessão reuniu alguns dos principais nomes da regulação e gestão de infraestrutura no país, oferecendo um espaço para reflexões críticas sobre os avanços e os desafios na regulação de contratos de infraestrutura no Brasil.
Felipe Queiroz, Diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), explorou a importância de um marco regulatório robusto para garantir a segurança jurídica e a atratividade de investimentos. Para Queiroz, participar do encontro foi uma oportunidade de aprender mais sobre o setor de infraestrutura internacional. “Eu tenho a certeza que a troca aqui com mais de 70 lideranças no setor de infraestrutura é fundamental para a gente entregar ainda melhores serviços à população brasileira”, avaliou Queiroz depois do encontro.
Paulo Dantas, sócio do escritório Castro Barros Advogados, também contribuiu para a sessão. Dantas apontou que “apesar de termos que evoluir muito ainda, é possível dizer que o Brasil atingiu uma maturidade jurídica bastante sofisticada tanto em aspectos regulatórios quanto contratuais, o que coloca o país em lugar de destaque entre os países em desenvolvimento”. Para o advogado, existindo um bom trabalho com a iniciativa privada, o Brasil será sempre um polo de atração de investimentos dessa natureza.
Thiago Nunes Mesquita, Diretor-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP), apresentou os desafios específicos enfrentados pelas agências reguladoras estaduais, enfatizando a necessidade de uma coordenação mais eficaz entre os diferentes níveis de governo. Carlos Neves, Vice-Presidente de Relações Jurídico-Institucionais da Atricon, ofereceu uma perspectiva sobre o papel crucial dos tribunais de contas na fiscalização de contratos de infraestrutura, destacando a importância da transparência e da responsabilização.
Daniel Keller, Sócio da UNA PARTNERS, encerrou a sessão com reflexões sobre as melhores práticas de gestão de riscos em contratos de PPPs e concessões, ressaltando a importância de uma abordagem proativa para mitigar os riscos e maximizar os benefícios dos projetos de infraestrutura.
Necessidade de inovar em modelos para alcançar a infraestrutura resiliente
O quarto dia do InfraLeaders 2024 destacou a necessidade urgente de inovar em modelos de negócios e reforçar a regulação para garantir uma infraestrutura resiliente e sustentável. As discussões acaloradas e os estudos de caso apresentados forneceram um panorama rico e diversificado dos desafios e das soluções que moldam o futuro da infraestrutura global.
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