O setor de concessões rodoviárias no Brasil vive um momento decisivo. Com um pipeline robusto e promissor previsto para 2025 e 2026, o mercado se prepara para receber investimentos que podem ultrapassar a marca de R$ 100 bilhões. Trata-se de uma janela estratégica de modernização da infraestrutura rodoviária nacional, com potencial para ampliar a malha concedida, melhorar a qualidade dos serviços prestados à população e impulsionar o desenvolvimento econômico em diversas regiões.
Contudo, apesar do otimismo quanto às oportunidades, a agenda de concessões rodoviárias também carrega desafios estruturais e conjunturais que exigem preparo técnico e visão estratégica. Taxas de juros elevadas, volatilidade cambial, mudanças no ambiente regulatório e a implementação da reforma tributária são apenas alguns dos fatores que tornam o contexto mais complexo. Nesse cenário, torna-se ainda mais evidente a importância da capacitação técnica dos profissionais que atuam na estruturação, regulação e gestão desses projetos — papel que o MBA PPP e Concessões da FESPSP cumpre com excelência.

fonte: Pexels
Um novo ciclo de investimentos
Segundo projeção do Ministério dos Transportes, o Brasil se prepara para bater recordes em concessões rodoviárias nos próximos anos. O plano é leiloar dezenas de trechos de rodovias federais e estaduais, com destaque para corredores logísticos estratégicos para o agronegócio, a indústria e o comércio exterior. O objetivo é alavancar investimentos privados, garantir a conservação da malha existente e viabilizar novas obras de expansão e duplicação.
Essa retomada do programa de concessões é resultado da consolidação de uma agenda pública que busca maior eficiência nos investimentos em infraestrutura, com foco na previsibilidade dos contratos, segurança jurídica e diálogo com o setor privado. No entanto, o sucesso desse novo ciclo dependerá da superação de gargalos que historicamente impactaram o setor — e da capacidade de inovação na formulação dos projetos.
Desafios à frente: riscos, regulação e inovação contratual
O cenário macroeconômico brasileiro impõe desafios importantes para a atratividade das concessões. A elevação das taxas de juros, por exemplo, aumenta o custo de capital e exige que os projetos apresentem taxas internas de retorno mais robustas para atrair investidores. Já a instabilidade cambial adiciona incertezas sobre a rentabilidade dos contratos, especialmente para grupos estrangeiros.
Outro fator que exige atenção é a reforma tributária, que traz impactos ainda incertos sobre a carga fiscal e a modelagem financeira das concessões. Em paralelo, novas diretrizes regulatórias, em especial as relacionadas à sustentabilidade e ao desempenho contratual, estão sendo incorporadas aos projetos, exigindo maior sofisticação técnica por parte dos operadores e gestores públicos.
Diante desse contexto, o setor tem buscado alternativas como:
- Modelos mais flexíveis de concessão, com diferentes mecanismos de mitigação de risco;
- Parcerias público-privadas para conservação de rodovias, com contratos de menor valor e extensão;
- Chamadas públicas e diálogo com o mercado financeiro, como vem sendo promovido pela ANTT, para fortalecer a viabilidade econômica dos projetos.
Essas soluções representam não apenas uma adaptação às novas realidades, mas também uma abertura para a entrada de novos perfis de investidores e operadores — do estrangeiro ao local, do institucional ao especializado.
Visão do mercado e dos investidores: um setor em transformação
Esse foi justamente o foco de um dos principais painéis do Summit Rodovias, evento que reuniu as maiores lideranças do setor para debater o futuro das concessões rodoviárias no Brasil. O coordenador do MBA PPP e Concessões da FESPSP e Professor Honorário da University College London (UCL), Carlos Nascimento, atuou como moderador do painel “Visão do mercado e dos investidores”, que contou com a presença de representantes de gestoras de infraestrutura, fundos de investimento e concessionárias.

Durante a discussão, os especialistas apontaram uma tendência clara: o setor está mais maduro e atrativo, mas requer contratos mais inteligentes, adaptados a uma realidade econômica volátil e a novas exigências sociais e ambientais. Foi destacada a importância das repactuações contratuais realizadas em concessões anteriores, que demonstraram resultados positivos e abriram caminho para práticas mais eficientes de reequilíbrio e gestão de risco.
Em sua fala, Carlos Nascimento destacou:
“Hoje, o setor de concessões conseguiu atrair perfis de investidores variados, do estrangeiro ao local, mostrando que há apetite e confiança no mercado de infraestrutura brasileiro.”
Essa confiança, no entanto, precisa ser sustentada por uma governança sólida e por profissionais altamente qualificados — desde os responsáveis pela estruturação dos projetos nos órgãos públicos até os gestores das concessionárias.
A importância da capacitação para o sucesso das concessões
Diante da complexidade dos novos contratos e das transformações regulatórias em curso, a capacitação de alto nível torna-se um elemento central para o sucesso das concessões rodoviárias. O conhecimento técnico, jurídico, econômico e institucional necessário para conduzir projetos bem-sucedidos vai muito além do básico: exige uma formação que integre teoria e prática, com base em casos reais e na experiência de quem atua diretamente no setor.
Quer se capacitar para enfrentar os desafios e conquistar oportunidades no setor de concessões rodoviárias? Venha fazer parte do MBA PPP e Concessões! Entre em contato e saiba mais!